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Profª. Diana Maul
Chefe do serviço de ação comunitária do HUCFF • 1986-1989
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Prof. Joaquim Ribeiro
Chefe do serviço de cirurgia geral do HUCFF

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Do projeto inicial à inauguração: um processo intermitente

O Hospital Universitário da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Clementino Fraga Filho (HUCFF) é um dos primeiros hospitais universitários e modernos do país, com projeto elaborado a partir de 1949 e construção iniciada em 1950, no conjunto das obras da primeira Cidade Universitária brasileira. (BARBOZA, 1951; FRAGA, PONTES, et al. 1972) A concepção e desenvolvimento do projeto do hospital foi realizada pelo arquiteto Jorge Machado Moreira, quando assumiu a coordenação de arquitetura do Escritório Técnico da Universidade do Brasil (Etub) em 1949. O programa definido pela Faculdade Nacional de Medicina previa uma área de 240.000m 2, com 2.000 leitos, 30 salas cirúrgicas e 144 consultórios. Seria o maior hospital do país, capaz de atender pacientes oriundos de todo território, inserido na ideia centralizadora que permeava a politica publica e da qual a UB fazia parte.
A obra foi interrompida em 1955 por problemas de recursos, o que se prolongou até o início dos anos 1970. Uma comissão para reexame do projeto do hospital foi formada em 1967 e uma revisão do projeto, realizada em 1969, adaptando o hospital à metade de sua estrutura original já construída. (HUCFF/FM/UFRJ, 2008) Para esta revisão foi contratado o escritório de arquitetura de Roberto Nadalutti e Oscar Valdetaro que realizaram um novo projeto para a estrutura projetada por Jorge Moreira com um novo conceito do projeto que adota o partido funcional do hospital em torre buscando uma aproximação com os modelos hospitalares em monobloco. O programa arquitetônico previa e os arquitetos trabalharam na densificação das áreas, na inserção de padrões pré-estabelecidos de organização do espaço e propuseram complementações de áreas com novos blocos para atender a um programa de 1.200 leitos, 20 salas cirúrgicas e 86 consultórios de ambulatório que se realiza numa área de 110.300 m 2 .
As obras foram retomadas em 1971 e novamente interrompidas em 1972, só entrando em ritmo constante para conclusão a partir de 1975. Na fase final, em razão da condição inovadora do hospital que exigia conhecimento especializado e experiência não existente nacionalmente, a Comissão de Implantação recorreu a contratação do consórcio brasileiro-estadunidense do escritório Wit-Olaf Prochnik Arquitetura e Planejamento Sociedade Limitada e Arthur D. Little International (ADL), empresa especializada em gestão de inovação para realizar o Planejamento Técnico Operacional. Este planejamento acabou implicando necessidade de novos ajustes no projeto de arquitetura do hospital que abrangeu os acessos e a funcionalidade, entre
eles, a realocação da farmácia, a ampliação do centro cirúrgico para 22 salas, a reconfiguração da central de materiais esterilizados, a ampliação do setor de diagnósticos, e também a inserção dos novos setores como hemoterapia, doenças infecciosas e parasitárias (DIP), didática e coordenação das atividades educacionais (CAE).
O edifício foi inaugurado em 1978 como um hospital inovador em sua estrutura funcional e administração, alcançando destaque nacional e estabelecendo-se como uma referência (FRAGA FILHO, 2000; HUCFF-FM-UFRJ, 2008). Por várias razões a extensão do hospital com a ocupação definitiva da ala sul, jamais aconteceu. Ao longo do tempo, a então apelidada “perna seca” do hospital, sofreu com o abandono e saques da construção, levando à uma progressiva degradação estrutural. A despeito das tentativas de restauração estrutural planejadas no início do anos 2000, se tornou inevitável a necessidade da demolição parcial do edifício que acontece em 2010 encerrando uma longa discussão e disputa sobre o uso da perna seca. Ao mesmo tempo, novas possibilidades de se reconstruir enquanto o centro de vanguarda que sempre foi se abrem, a começar pela proposta do projeto de arquitetura do novo HU produzido com conhecimento e recursos técnicos especializados instalados e produzidos na Faculdade de Arquitetura da própria UFRJ.

Referências

FRAGA FILHO, C. A implantação do hospital universitário da UFRJ (1974-1978). 2ª. ed. Rio de Janeiro: Fundação Universitária José Bonifácio, v. 4 Coleção Memória FUJB/UFRJ, 2000. 1ª edição em 1990

HUCFF/FM/UFRJ. A saga de um sonho: Hospital Universitário 30 anos Clementino Fraga Filho. Rio de Janeiro: UFRJ, 2008.

Arquiteta, Dr. Daniela Tavares

Espaço Saúde • PROARQ – FAU – UFRJ

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Prof. Dr. Mauro Santos
Coordenador do Grupo de Projeto e Pesquisa Espaço Saúde • PROARQ – FAU – UFRJ

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O projeto do novo HU – UFRJ

O novo projeto do HUCFF parte do reconhecimento de que, hoje, a arquitetura hospitalar precisa responder aos desafios trazidos pelas transformações por que passa o modelo de atenção médica. Neste início do século XXI, os sistemas de saúde buscam maneiras de organizar os serviços, de modo a possibilitar uma atenção de qualidade, com custos aceitáveis, e ao alcance de todos. O conceito de cuidado focado no paciente enseja sua maior autonomia e menos tempo de internação, maximizando a qualidade de vida e reduzindo a dependência, mesmo quando a pessoa se encontra sob cuidados.
Incorporamos novos signos e valores, preocupando-nos com a orientação e domínio espacial; relação dos ambientes internos com o exterior e a natureza; conforto ambiental articulado aos recursos naturais; referência residencial, privacidade e redução de stress; adequação aos usuários, acessibilidade e desenho universal; acolhimento, convívio social e participação dos acompanhantes.
Aliamos estas diretrizes à arquitetura sustentável, considerando o edifício em todo o seu ciclo de vida, desde a concepção do projeto, construção, manutenção, e possivelmente descarte (de partes ou de todo o edifício), visando minimizar impactos econômicos, ecológicos e sócio-culturais, a médio e longo prazo. Contemplamos a sustentabilidade por meio da análise cuidadosa dos aspectos relacionados ao ciclo de vida; à escolha dos materiais; sistemas de instalações elétricas e sistemas de ar condicionado ecoeficientes; utilização consciente de recursos como água e energia; e gerenciamento de resíduos. Além de aspectos tradicionais como funcionalidade, qualidade estética e conforto, preocupamo-nos em dotar o ambiente construído de flexibilidade, tornando-o capaz de se adaptar às necessidades futuras e incorporação de novas tecnologias. Para isso, adotamos a modulação no processo projetual, padronização de elementos construtivos e, sempre que possível, elementos estruturais pré-fabricados.

Espaço Saúde (PROARQ – FAU – UFRJ)

Prof. Dr. Mauro Santos (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFRJ)

Prof. Dr. Ubiratan de Souza (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFRJ)